Professores de Juara (MT) participam de formação sobre trabalho escravo
O programa educativo da Repórter Brasil alcança o 50º município-sede de uma formação de professores e lideranças sociais
Durante a semana de 03 a 07 de junho, o programa Escravo, nem pensar! realizou uma formação de professores em Juara (MT) a respeito de trabalho escravo contemporâneo e outros temas relacionados aos direitos humanos. A atividade contou com apoio da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo do Mato Grosso (COETRAE – MT) e da TAM Linhas Aéreas, além da parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Centro de Formação e Atualização de Professores (CEFAPRO) e Assessoria Pedagógica Estadual.
A formação reuniu 53 professores de 21 escolas estaduais e municipais. A integração de pessoas de diferentes realidades – indígenas, do campo e da cidade – proporcionou ricos momentos de intercâmbio e construção do conhecimento. Os professores se envolveram nos debates específicos previstos na formação – questão agrária, migração, meio ambiente, definição do trabalho escravo contemporâneo, entre outros – e impulsionaram novas discussões pedagógicas, como a abordagem da questão indígena em sala de aula e a definição de Educação em Direitos Humanos. O procurador Bruno Teixeira do Ministério Público do Trabalho em Alta Floresta (MT) participou de uma roda de conversa sobre as ações legais de combate ao trabalho escravo no Brasil.
Marcada por dinâmicas, atividades em grupo, debates abertos e análises de subsídios didáticos, a semana foi encerrada com a elaboração de planos de ação que auxiliarão os professores no trabalho de multiplicação dos conhecimentos. A ideia é que a temática seja incorporada aos conteúdos programáticos e projetos pedagógicos nas escolas.
A equipe do programa retornará duas vezes ao município, em intervalos de seis meses, para monitorar as ações escolares, realizar novas atividades pedagógicas e distribuir materiais didáticos.
O município
Juara está situado no norte do Mato Grosso, região de Floresta Amazônica que sofreu um intenso desmatamento ilegal durante a fase de colonização nas décadas de 1970 e 1980. Com a instalação da atividade agropecuária nessa área, um grande número de trabalhadores foi atraído para frentes de trabalho, como a manutenção de cercas e pastagens. Dados do Ministério Público do Trabalho sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra apontam que, entre 2003 e 2012, foram flagrados sete casos de escravidão que redundaram na libertação de 96 trabalhadores no município.