Projetos usam blogs para divulgar ações sobre trabalho escravo

Educadoras criam páginas na internet para expor atividades desenvolvidas por alunos

As experiências de combate ao trabalho escravo promovidas pelas escolas, em parceria com o “Escravo, nem pensar!”, estão cada vez mais sem fronteiras.

Fazendo uso das ferramentas que a internet oferece, algumas escolas têm criado os blogs – páginas pessoais e gratuitas de fácil utilização – para divulgar atividades, expor fotos, vídeos e trabalhos realizados pelos estudantes.

É o caso da Escola Estadual Rui Barbosa, em Alta Floresta, no Mato Grosso (http://ruibarbosaaf.blogspot.com/), que realiza o projeto “Trabalho escravo, jamais!”, e tem o objetivo de alertar alunos e alunas, especialmente de Educação de Jovens e Adultos (EJA), e a comunidade desempregada da cidade sobre os riscos do aliciamento para o trabalho escravo.

No município de Confresa, também no Mato Grosso, a Escola Estadual Antônio Alves Dias está desenvolvendo o projeto “Rádio na escola – comunicação como meio para erradicar o trabalho escravo contemporâneo e degradante”. Os participantes estão produzindo um filme com a história do assentamento onde fica a escola e pretendem divulgar informações sobre trabalho escravo por meio da rádio escolar. As atividades estão registradas no blog do Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapro) de Confresa (http://cefaprocfs.blogspot.com).

Em Paraibano, no Maranhão, cidade com alto índice de saída de trabalhadores para trabalhar em outros Estados, o projeto “Professores na luta contra o trabalho escravo” envolve diferentes escolas e tem como objetivo formar multiplicadores para alertar sobre o trabalho escravo. Para isso, professores e professoras estão preparando uma dramatização a ser encenada nas escolas da cidade. As primeiras atividades estão publicados no endereço: http://meusespiches.blogspot.com

O uso da internet

Além de dar visibilidade aos trabalhos realizados dentro das escolas, os blogs também podem ser usados como uma espécie de “diário virtual” – um registro que se torna permanente (a menos que os organizadores desejem apagá-lo). Com isso, pessoas que já passaram pela escola, ou que acabaram de ingressar, poderão ter contato daqui a alguns anos com os projetos que estão sendo desenvolvidos.

Pela internet, as escolas também podem disponibilizar o rico conteúdo de pesquisa e produção de trabalhos realizados durante o projeto, auxiliando na prevenção e conscientização sobre o trabalho escravo contemporâneo. Dessa forma, as páginas também podem ser usadas como fontes de pesquisa para qualquer usuário da internet, de qualquer lugar do país ou do mundo.

Apesar de menos da metade da população brasileira ter acesso frequente à rede, o número de usuários vem crescendo ano a ano, e cada vez mais alunos e alunas recorrem à internet para realizar pesquisas e trabalhos escolares.

Apoio

Os projetos citados acima são financiados pelo Fundo de apoio a projetos do “Escravo, nem pensar!”. Ao todo, em 2011, 15 projetos estão sendo apoiados. Confira:

  • “Preservando o meio ambiente e colhendo cidadania: Escravo, nem pensar!” – Ibotirama (BA)
  • “Escravidão feminina no mundo contemporâneo” – Piritiba (BA)
  • “Professores na luta contra o trabalho escravo” – Paraibano (MA)
  • “Trabalho escravo, jamais!” – Alta Floresta (MT)
  • “Rádio na escola: Comunicação como meio de erradicar o trabalho escravo contemporâneo e degradante” – Confresa (MT)
  • “Trabalho escravo: informar para libertar” – Marabá (PA)
  • “Ouro preto” – Paragominas (PA)
  • “A liberdade se conquista através da aquisição de conhecimentos” – Xinguara (PA)
  • “Superando as mazelas da exploração capitalista” – Xinguara (PA)
  • “Purguy contra o trabalho escravo” – Xinguara (PA)
  • “Educar para não virar escravo”  – União (PI)
  • “Quebrando as correntes da escravidão” – Avelino Lopes (PI)
  • “As lutas de um povo de uma comunidade quilombola” – Santa Fé do Araguaia (TO)
  • “Estrada para cidadania” – Araguaína (TO)
  • “Não há cidadania sem liberdade” – Araguaína (TO)