Repórter Brasil forma Polícia Militar do Maranhão sobre trabalho escravo

Mais de 100 agentes de todo o estado foram capacitados para identificar e encaminhar casos

Nos dias 2 e 3 de setembro, a Repórter Brasil realizou a formação para 134 policiais militares Maranhão, em São Luís, capital do estado. A iniciativa faz parte da implementação do projeto Escravo, nem pensar! no estado, que também realiza ações com as áreas de Educação e Assistência Social. O projeto é co-realizado com a Secretaria de Segurança Pública do estado, em parceria com a Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae/MA) e com apoio do The Freedom Fund.

A atividade reuniu agentes recém-ingressados na corporação, que passam pelo período de formação no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP). “Esses profissionais são fundamentais para garantir que não apenas medidas de repressão, mas também de prevenção do problema e assistência a vítimas possam ser efetivadas em casos de trabalho escravo”, avalia Natália Suzuki, gerente de Educação e Políticas Públicas da Repórter Brasil. 

No encontro, a equipe de formação abordou o conceito de trabalho escravo e os instrumentos normativos para identificação e encaminhamentos de casos de trabalho escravo de acordo com o Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas de Trabalho Escravo. O acolhimento de vítimas também foi tema de discussão. A programação incluiu palestras e painéis com representantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, da Polícia Federal, da Assistência Social do Maranhão e de organizações da sociedade civil, como a CPT e o Cento de Defesa da Vida e Direitos Humanos de Açailândia

O Maranhão ocupa o primeiro lugar no ranking nacional como estado de origem de trabalhadores resgatados do trabalho escravo. Até 2024, 20% dos resgatados no Brasil, um total de 9.859 pessoas, eram maranhenses. Além disso, o estado figura entre os principais locais de ocorrência: desde 2003, ao menos 3.799 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo em território maranhense, colocando-o na 3ª posição no ranking nacional.

Diante desse cenário, a formação voltada à Polícia Militar, instituição com ampla capilaridade no estado, fortalece estratégias de prevenção e repressão ao crime de trabalho escravo.