Repórter Brasil previne trabalho escravo com Assistência Social do Maranhão
Formação prepara profissionais do SUAS para atender vítimas e evitar novas violações laborais no estado
Nos dias 27 e 29 de maio, os municípios de São Luís e Imperatriz receberam os primeiros encontros formativos do projeto Escravo, nem pensar! no Maranhão – Formação para a Assistência Social – 2025. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a atuação de gestores e técnicos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) na erradicação do trabalho escravo no estado.
Realizado pela ONG Repórter Brasil, em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social do Maranhão (Sedes-MA) e a Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo do Maranhão (Coetrae-MA), o projeto contempla três ciclos formativos híbridos ao longo do ano, intercalados com assessoria pedagógica permanente. A proposta é formar um grupo de referência nos municípios maranhenses mais afetados pelo problema, fortalecendo ações preventivas e preparando as unidades para atender trabalhadores resgatados. A iniciativa conta com o apoio do The Freedom Fund.
Saiba mais: Como encaminhar um caso de trabalho escravo no SUAS?
O Módulo I contou com a participação de 212 profissionais de 64 municípios maranhenses. Durante os encontros, os participantes aprofundaram os aspectos conceituais e legais do trabalho escravo, simularam situações de atendimento, conheceram o sistema de denúncias e debateram o papel da Assistência Social no acolhimento e encaminhamento das vítimas. Também participaram de rodas de conversa com órgãos e entidades especializadas no combate ao problema, como o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán.
O Maranhão ocupa posição central no cenário nacional do trabalho escravo. Dados do projeto Perfil Resgatado da Repórter Brasil, a partir de informações do MTE, mostram que 21% dos trabalhadores resgatados no país tinham origem no estado. Além disso, é o terceiro em número de casos em seu próprio território. Diante desse contexto, a atuação da Assistência Social torna-se estratégica para garantir a proteção e os direitos das pessoas vulneráveis à exploração, evitando que sejam enredadas no ciclo do trabalho escravo.
Saiba mais sobre o trabalho escravo no Maranhão. Acesse a nota técnica Perfil Resgatado – Rotas migratórias e a morfologia do trabalho escravo no Brasil – O estado do Maranhão.