Repórter Brasil dá continuidade a formação em acampamento

Mais um encontro no acampamento Bom Jesus-Gabriel Filho reforça organização de trabalhadores e trabalhadoras para resistirem na luta pela terra

Atividade teve participação de famílias das duas áreas Crédito: Arquivo Repórter Brasil

Atividade teve participação de famílias das duas áreas
Crédito: Arquivo Repórter Brasil

No último dia 15, Repórter Brasil e Comissão Pastoral da Terra deram continuidade ao trabalho de formação no acampamento Bom Jesus-Gabriel Filho, em Palmeirante, no Tocantins. Cerca de 40 homens e mulheres se reuniram para se apropriarem dos instrumentos do regimento interno, aprovado no mês passado. O documento traz regras relacionadas à organização política, direitos e deveres dos acampados.

O encontro iniciou com uma dinâmica de construção de bonecos, para reflexão sobre a importância do trabalho coletivo, comunicação e união entre as diversas famílias que estão na luta pela conquista da terra. Em seguida, o regimento foi apresentado em cartazes.

Desde 2007, trinta famílias ocupam duas áreas: a fazenda Recreio e a fazenda Freitas. O fazendeiro da primeira está negociando a terra com o Incra. Na segunda fazenda, em outubro do ano passado foi assassinado o trabalhador Gabriel Vicente de Souza Filho, segundo testemunhas, pelo fazendeiro e por dois pistoleiros. Em homenagem, hoje as famílias ocupantes dessa área batizaram o espaço como Acampamento Gabriel Filho.

A proposta do “Escravo, nem pensar!” com este grupo parte da ideia de que uma das principais armas contra o trabalho escravo é a organização dos próprios trabalhadores na luta pela conquista de seus direitos. Assim, a atuação na ocupação Bom Jesus tem como princípio o espaço da formação enquanto forma de ampliar a mobilização do grupo. A prevenção ao trabalho escravo é pensada de maneira ampliada: não somente através da multiplicação da informação, mas no reconhecimento dos próprios trabalhadores enquanto sujeitos de suas histórias. Para saber mais, clique aqui.