Escola de São Geraldo promove debate sobre hidrelétrica no Araguaia

O evento, organizado pela Escola Raimundo Ferreira Lima, fez parte da Semana da Terra Padre Josimo

São Geraldo do Araguaia (PA) e outras cidades vizinhas podem ser impactadas pela construção da barragem de Santa Isabel. As consequências de um empreendimento desse tipo para os municípios, o meio ambiente e as comunidades foram discutidas no último dia 3, com a participação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

A Escola Municipal Raimundo Ferreira Lima, que vem desenvolvendo projetos sobre trabalho escravo e direitos humanos, foi responsável por organizar a atividade, que contou com a presença de seus estudantes de 6º a 9º ano do Ensino Fundamental. Também estavam no debate representante da Associação de Pescadores de São Geraldo e moradores da região a ser inundada caso a barragem seja construída.

Escola que organizou o encontro já desenvolve projetos  sobre trabalho escravo. Crédito: Carolina Motoki

Escola que organizou o encontro já desenvolve projetos
sobre trabalho escravo. Crédito: Carolina Motoki

Alunos e alunas mostraram-se bastante interessados elaboraram diversas perguntas aos debatedores. Judite da Rocha, do MAB, salientou os impactos em contraposição aos supostos benefícios apresentados pelas empresas responsáveis pela obra.

Abel Oliveira, representante da Sema e responsável pela Área de Proteção Ambiental de São Geraldo, mostrou como a legislação rege o processo de estudos e licenciamentos para a construção de uma usina.

Pedro Ribeiro, da CPT, trouxe o caso dos atingidos pela construção da usina hidrelétrica de Estreito, no rio Tocantins, que ainda não tiveram todos os seus direitos atendidos. Para isso, exibiu o vídeo Marcha 2010 – Vida – Terra – Água.

O evento fez parte da Semana da Terra Padre Josimo, organizada pela Diocese de Tocantinópolis (TO) em parceria com pastorais e movimentos sociais, em memória ao assassinado de Josimo, em maio de 1986, por sua luta ao lado de posseiros e camponeses no Bico do Papagaio.