Confira aqui a notícia publicada originalmente no site do Instituto C&A

Confira aqui a notícia publicada originalmente no site da Secretaria de Estado de Educação do Tocantins

Com o objetivo de compreender o conceito de trabalho escravo contemporâneo e as ações que poderão ser desenvolvidas nas escolas sobre a temática trabalho escravo, foi realizada uma reunião, na manhã desta segunda-feira, 29, com representantes da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), da Secretaria do Trabalho e Assistência Social (Setas) e da Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) e da ONG Repórter Brasil.

A Seduc retoma uma parceria com a ONG Repórter Brasil, que irá atuar, em 2018, nas Diretorias Regionais de Educação de Araguaína, Araguatins, Colinas, Gurupi, Paraíso, Palmas, Porto Nacional e Tocantinópolis, com o projeto “Escravo, nem pensar”.  A previsão é que sejam contemplados 103 municípios e 376 escolas.

Estão em Palmas, representando a ONG Repórter Brasil, os consultores Thiago Casteli e Rodrigo Teruel. Durante a reunião, foram apresentados vídeos com histórias de famílias ou trabalhadores que atuaram ou atuam em serviços análogos ao trabalho escravo.

No Tocantins, existe um Plano Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo, Decreto nº 3.223, de 28 de novembro de 2007, cuja meta 524 é implementar o projeto “Escravo, nem Pensar”, visando à capacitação de professores e lideranças comunitárias em torno do tema. No Plano Estadual de Educação do Tocantins (PEE/TO 2015 a 2025), a estratégia 12.5 “garante a formação de parcerias com órgãos governamentais e não governamentais para o enfrentamento de todas as formas de violência, discriminação, preconceito e exploração sexual e do trabalho de crianças, jovens, adultos e idosos(as), a fim de promover a construção da cultura de paz e da não violência, assegurando um ambiente dotado de segurança para a comunidade escolar”.

A secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, professora Wanessa Zavarese Sechim, explicou que no Tocantins, por meio de uma parceria com o Banco Mundial, estão sendo realizados diagnósticos em cidades localizadas ao longo da BR-153 como Barrolândia, Pugmil, Aliança do Tocantins, Wanderlândia, Aguiarnópolis e Colinas do Tocantins. Esse diagnóstico tem o objetivo de identificar as causas do abandono escolar de alunos que cursam o ensino médio. “Queremos entender porque esses estudantes estão saindo da escola para discutimos políticas públicas e garantir que esses jovens continuem seus estudos”, disse.

Thiago Casteli contou que o Tocantins está sendo um dos primeiros estados a desenvolver um projeto para identificar as causas do abandono escolar. “Em outros municípios e estados percebemos que há uma preocupação com o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Em alguns casos, muitos estudantes do ensino médio abandonam a escola por um período para irem trabalhar em outros estados nas colheitas de frutas ou outros serviços”, frisou.

A proposta é desenvolver nas escolas ações com o intuito de prevenir e diminuir o aliciamento de jovens para o trabalho escravo e para o tráfico de pessoas. A equipe da ONG Repórter Brasil promoverá uma formação para gestores e técnicos das Diretorias de Educação envolvidas com o projeto.

Maria do Socorro Soares Coelho, gerente de Educação do Campo e Quilombola, explicou que os consultores da ONG Repórter Brasil realizarão, a partir desta terça-feira, 30, visitas técnicas nas Diretorias Regionais de Palmas, Gurupi, Colinas e Porto Nacional.