Coletânea reúne 14 ações de prevenção ao trabalho escravo realizadas em 2015

Ao longo do ano, projetos de sete estados brasileiros contaram com apoio financeiro e pedagógico do programa Escravo, nem pensar! para desenvolver atividades em suas comunidades.

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Em 2015, o programa Escravo, nem pensar! apoiou pedagógica e financeiramente 14 iniciativas comunitárias de prevenção e combate ao trabalho escravo por meio do seu 9º Fundo de Apoio a Projetos e com apoio do Fundo Nacional de Solidariedade da Cáritas Brasileira e do Ministério Público do Trabalho. No total, mais de 10 mil pessoas foram beneficiadas diretamente, em municípios de sete estados brasileiros: Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Tocantins. A maior parte dos projetos (foi realizada por escolas, mas houve também a participação de entidades da sociedade civil.

Com o objetivo de destacar as melhores experiências, o Escravo, nem pensar! reuniu as principais práticas desenvolvidas nesse período na coletânea “Experiências Comunitárias de Combate ao Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas 2015″. A partir de uma descrição, ilustrada por fotos e composta por depoimentos de participantes do projeto, o material apresenta subsídios para que educadores e lideranças comunitárias possam replicar essas ações ou, então, adaptá-las ao seu contexto e, assim, contribuírem com o combate ao trabalho escravo no país.

“É um material rico para ser utilizado por educadores e lideranças comunitárias, pois traz diferentes tipos de atividades para serem realizadas, principalmente no universo escolar, mas também em comunidades urbanas ou rurais”, comenta Jéssica Stuque, educadora do programa Escravo, nem pensar! e responsável pelo acompanhamento pedagógico dos projetos.

Clique na capa ao lado para acessar o material.

Um relato maranhense

“Houve uma mudança notável no comportamento de alguns alunos em sala, que passaram a dar mais valor por poderem estudar em uma escola como a nossa e não precisarem parar de estudar para trabalhar.” 

A fala é da professora Antonia Zilda da Silva, que coordenou o projeto “Trabalho escravo: amarras que impedem a liberdade!”, realizado pelo Centro de Ensino Ana Isabel Tavares, na cidade de Dom Pedro (MA). Lá, todos os anos, um grande número de alunos do Ensino Médio deixa a escola em busca de emprego. Essa é uma realidade que se estende a outras cidades do estado; devido à falta de oportunidades, muitas pessoas migram para outras regiões, mesmo sem ter informações concretas sobre o tipo, as condições ou local de trabalho. Esses trabalhadores são, assim, mais vulneráveis à exploração e podem se tornar vítimas de trabalho escravo.

Os dados comprovam: o Maranhão é o estado que mais emite trabalhadores migrantes que são explorados em outros lugares do país e figura entre os cinco primeiros estados onde foram encontrados mais trabalhadores libertados, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Com o projeto, o tema do trabalho escravo foi sendo abordado em sala de aula e o aluno, além de se atentar para o problema, pode multiplicar o conhecimento adquirido com sua família e comunidade.

Veja a seguir a lista de projetos contemplados em 2015:

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