Concurso “Educar para não escravizar”

Proposta

Desde 2007, Marabá passou a integrar o programa Escravo, nem pensar!. A partir dos encontros, educadores e educadoras têm desenvolvido nas escolas diversas atividades, dentro da sala de aula e de forma interdisciplinar, com o objetivo de multiplicar informações sobre trabalho escravo aos estudantes e comunidade em geral.

Em 2009, a equipe do programa e a Comissão Pastoral da Terra elaboraram a proposta de realizar um concurso sobre trabalho escravo, que mobilizasse as escolas por meio da produção de poemas e desenhos. O objetivo era, além de estimular a reflexão sobre o tema no espaço escolar, fazer com que o assunto fosse amplamente discutido no município, por meio de culminâncias em cada escola com a participação da comunidade, uma grande feira de premiação e a publicação de uma cartilha com os trabalhos selecionados, que poderá ser utilizada como material didático-pedagógico por educadores e educadoras, além de compor material importante de divulgação sobre o problema. Assim, prevenir o aliciamento de trabalhadores e aumentar seu grau de consciência sobre seus direitos, tomando a escola como espaço de legitimidade para isso.

Atividades

O processo de articulação e organização do concurso teve início em 2009. Em agosto, foram realizadas duas oficinas para professores e professoras do campo e da cidade, com discussão sobre o tema e sobre o regulamento do concurso.

Cada escola inscrita realizou um concurso interno para escolher seus representantes no concurso municipal. Mais de 25 escolas municipais e estaduais de Marabá enviaram trabalhos. Eram sete categorias de premiação:

Desenho (Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio, EJA) e Poema (Ensino Fundamental II, Ensino Médio, EJA).

Em novembro, as escolas participantes trouxeram seus trabalhos para a feira de exposição e premiação do concurso. Foram premiados três trabalhos em cada categoria, além de uma menção honrosa por categoria. Todas as escolas participantes receberam um certificado de participação, material didático sobre o tema e terão seus nomes publicados na cartilha.

O critério de seleção foi a qualidade da mensagem e da informação transmitida sobre o tema da escravidão. O conteúdo de desenhos e poemas evidenciou: aspectos de degradância nas fazendas; a coerção por meio da violência; a dívida utilizada para cercear a liberdade dos trabalhadores; o desmatamento associado ao uso da mão de obra escrava; o uso de trabalho escravo em carvoarias, muito presentes na região de Marabá, por concentrar siderúrgicas que consomem carvão vegetal como matéria-prima; a exploração da classe patronal (“ricos”) sobre os trabalhadores (“pobres”).

As 17 escolas que tiveram seus alunos premiados no concurso municipal foram contempladas com uma máquina fotográfica digital. Os professores e professoras responsáveis ganharam um pen drive e uma camiseta. Os estudantes foram premiados com um kit contendo três livros paradidáticos, um pen drive e uma camiseta. Seus trabalhos foram publicados na cartilha.

Materiais produzidos

Cartilha Educar para não escravizar

Veja algumas notícias sobre o evento:

Concurso premia trabalhos de estudantes sobre escravidão