A poesia liberta e denuncia a escravidão

Os coordenadores do projeto se articularam com educadores para promover palestras no quilombo, em bairros da cidade e nas escolas Estaduais e Municipais de Muricilândia. Nessas atividades, a comunidade foi estimulada a escrever poemas com o tema do trabalho escravo para participarem de um concurso. Três jurados avaliaram as produções e dez textos foram premiados em um sarau de encerramento na Praça da Igreja Matriz. Os demais poemas foram reunidos em uma coletânea que os diretores do quilombo pretendem distribuir em escolas e bibliotecas.

O projeto retoma ações desenvolvidas pelo projeto Lindô: um resgate cultural, apoiado pelo Escravo, bem pensar! em 2012

Arte, luta e tradição

Dentre os dez poemas selecionados, os jurados escolheram os três melhores para serem musicados por dois artistas do quilombo. As obras passarão a integrar o repertório musical da comunidade e farão parte da tradicional Festa do Rebolado, que ocorre todo ano no mês de maio.

Depoimento

Apesar do trabalho escravo ser recorrente na região, as pessoas tinham receio de falar sobre o tema com medo de represálias futuras. Desde o ano de 2012, quando fizemos o outro projeto, percebemos que as pessoas começaram a tomar mais atitude e a compartilhar suas experiências pessoais nas reuniões. Dando palestras nas escolas, vimos que as irregularidades no trabalho juvenil na cidade também diminuíram como reflexo das nossas ações.

Manoel Filho Borges, responsável pelo projeto