A arte na prevenção ao trabalho escravo

Devido à migração para outros municípios ser uma prática frequente, a Associação resolveu sensibilizar e mobilizar trabalhadores e trabalhadoras, estudantes e demais pessoas do município de Monsenhor Gil sobre o trabalho escravo por meio da arte, com o intuito de prevenir e combater essa prática.

Nas atividades do projeto, foram envolvidos o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Igreja e duas escolas da região. Na Unidade Escolar Raimundo Pessoa e na Escola Municipal Zé Irias foram feitas sessões de filmes sobre o tema do trabalho escravo para aproximadamente 300 alunos, e também para professores, diretores e funcionários. Antes das sessões, realizou-se uma pequena introdução sobre o tema e foram distribuídos materiais para leitura. Após a exibição do vídeo, houve uma palestra na qual a problemática do trabalho escravo foi discutida e foram apresentados os casos de libertações em fazendas. Os palestrantes também discutiram sobre como funciona a dinâmica do Assentamento, o primeiro e único no Brasil formado por trabalhadores libertados, e como essa conquista permitiu aos moradores um trabalho livre. A partir disso, os professores iniciaram o trabalho com os alunos dentro das salas de aula. Foram produzidos cartazes, poemas, desenhos e peças de teatro. No Sindicato dos Trabalhadores Rurais foi realizada uma palestra sobre trabalho escravo da qual participaram trabalhadores rurais e seus filhos. Na ocasião, também foram distribuídos materiais informativos. Durante as missas na Igreja Católica, foi abordada a importância de se atentar para propostas de empregos, e panfletos foram distribuídos.

Na semana da culminância, que aconteceu no dia 20 de outubro de 2012, os coordenadores do projeto participaram de um programa de rádio no qual falaram das atividades realizadas e convidaram o público a participar do evento. Um trabalhador resgatado foi entrevistado e contou sua história de vida. A culminância ocorreu no Assentamento e foi feita uma grande mobilização que contou com a participação do Sindicato, estudantes e professores, e fiéis da Igreja Católica, totalizando 200 pessoas. Os assentados apresentaram uma peça de teatro e músicas com banda ao vivo. Houve exibição de vídeos, e três trabalhadores contaram sobre suas experiências com o trabalho escravo.