Trabalho escravo na safra da uva

Na semana passada, no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28 de janeiro), foram resgatados quatro trabalhadores argentinos na colheita da uva no Rio Grande do Sul, no município de São Marcos. Eles estavam em alojamentos precários, com fiação elétrica exposta, sem acesso à água potável e com esgoto a céu aberto na entrada da casa. Sofriam com diarréia e alergias. Foram aliciados na Argentina com a promessa de um trabalho bem remunerado e moradia no Brasil.* 

Não é o primeiro resgate de trabalhadores nesse setor econômico no Rio Grande do Sul. Não faltam exemplos: em fevereiro do ano passado, 22 trabalhadores argentinos foram encontrados em condições análogas à escravidão no mesmo município de São Marcos. Em fevereiro de 2022, 210 trabalhadores, sobretudo baianos, foram resgatados, desta vez em Bento Gonçalves/RS. 

A recorrência de casos de trabalho escravo na colheita de uva no estado envolvendo trabalhadores migrantes, sejam eles internos ou internacionais, indicam um fluxo de trabalhadores temporários para a atividade e a necessidade de fortalecimento de políticas de prevenção, de fiscalização (especialmente em épocas de colheita) e atenção às vítimas. Especialmente em relação aos trabalhadores migrantes internacionais, é imprescindível que tenham acesso a informações sobre seus direitos no Brasil e formas de denunciar violações de direitos.

*Para saber mais: MTE resgata 4 trabalhadores argentinos na colheita da uva no Rio Grande do Sul

Foto: Diogo Zanatta/Repórter Brasil

Publicado em 5 fev. 2025