Governo-MA: Governo realiza a segunda etapa de formação de educadores para o projeto ‘Escravo, nem pensar’ (24/02/2016)

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Cerca de 340 educadores de escolas da Unidade Regional de Educação de São Luís participam da formação | Foto: Lauro Vasconcelos

Cerca de 340 educadores de escolas da Unidade Regional de Educação de São Luís participam da formação | Foto: Lauro Vasconcelos

Com o objetivo de preparar educadores para desenvolverem ações educativas em escolas do Sistema Estadual de Ensino, voltadas à prevenção e combate ao trabalho escravo no Maranhão, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), realiza, nesta terça-feira (23) equarta-feira (24), a Formação de Educadores do projeto ‘Escravo, Nem Pensar’.

Cerca de 340 educadores de escolas da Unidade Regional de Educação de São Luís (URE/São Luís) participam da capacitação, que acontece no Auditório Setorial do Centro de Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A formação é promovida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Superintendência de Modalidade e Diversidades Educacionais e terá carga horária de 16 horas.

O projeto “Escravo, Nem Pensar!” foi idealizado pela ‘ONG Repórter Brasil’ formada por jornalistas, cientistas sociais e educadores com o objetivo de fomentar a reflexão e ação sobre a violação aos direitos fundamentais dos povos e trabalhadores no Brasil. O Maranhão é o primeiro estado do Brasil, a promover a formação de educadores para atuarem no enfrentamento e combate ao trabalho escravo. Aqui, o ‘Escravo, Nem Pensar!’ passa a integrar o ‘Programa Escola Digna’, em conformidade com as metas do II Plano Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo, estabelecidas para a Seduc.

A solenidade de abertura aconteceu na manhã de terça e contou com a participação da secretária Adjunta de Ensino da Seduc, Ilma Fátima de Jesus, representando a secretária de Educação Áurea Prazeres; Claudinei de Jesus Rodrigues, superintendente de Modalidades e Diversidades Educacionais; Nádia Dutra, diretora de Educação da URE São Luís; e Jorge Cerejo, representando secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves.

A professora Ilma lembrou que o trabalho escravo contemporâneo é um problema de todos nós. “Este trabalhador escravo pode ser um aluno nosso. Então, precisamos e temos que mudar isso”, enfatizou.

Nádia Dutra ressaltou a importância dos professores nessa missão de despertar entre os jovens uma consciência de justiça social. “Nós pensamos que a escravidão no Brasil ficou no passado. Mas, a escravidão ganhou outras nuances e continua muito presente em nosso meio, por isso, é um problema que precisa ser debatido na escola e combatido em todas as instâncias”, destacou.

Cerca de 340 educadores de escolas da Unidade Regional de Educação de São Luís participam da formação. Foto: Lauro Vasconcelos

Cerca de 340 educadores de escolas da Unidade Regional de Educação de São Luís participam da formação | Foto: Lauro Vasconcelos

 

Esta é a segunda etapa de formação realizada pelo projeto. No ano passado 40 gestores e técnicos das regionais de Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa Inês, São João dos Patos e São Luís, participaram da primeira etapa, onde foi capacitado um grupo de formadores que agora têm a tarefa de passar esse conhecimento para os professores.

Além de São Luís, na semana passada educadores de Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa Inês e São João dos Patos receberam a formação.  Inicialmente, o projeto será desenvolvido nestas regionais que, junto com a capital, englobam 76 municípios maranhenses, com maior ocorrência de resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão.

“É preciso universalizar os temas dos direitos humanos para se chegar a uma sociedade mais consciente e justa. É preciso promover cidadania a partir das escolas. Queremos que os nossos jovens sejam multiplicadores do senso de justiça social”, destacou Claudiney Rodrigues.

A professora Flávia Moura, pesquisadora da UFMA, proferiu a palestra de abertura da formação com tema ‘Características do Trabalho Escravo no Maranhão’ e a ‘Economia da Precisão’. “É preciso que se entenda que o trabalho escravo é uma grande violação dos direitos humanos, que retira os direitos dos trabalhadores e cerceia a sua liberdade. E essa conscientização tem que ser disseminada nas escolas. Só com educação podemos combater esse mal”, enfatizou.

Durante a formação serão realizadas palestras, minicursos e relatos de experiências de trabalho escravo. O projeto tem como metas, no Maranhão, alcançar 10 mil professores e 190 mil alunos ainda este ano; institucionalização de forma transversal da temática do trabalho escravo nos documentos que referenciam o currículo do Sistema Estadual de Educação; e o desenvolvimento e fomento, nas escolas, dos projetos pedagógicos e das atividades educativas de prevenção ao trabalho escravo no Maranhão.